2011. Ano novo, promessas novas, dívidas novas, mas situações nem tão novas assim. Quem não gosta de dar uma cagada, mas eu digo a cagada, depois de se entupir com o macarrão e a maionese de domingo, misturada com a carne assada? Aquela mistureba toda, acompanhada do sagu de sobremesa que a tua sogra fez especialmente para você lavar os intestinos.
Pois eu sou um daqueles que filosofa na cagada. Enquanto aquele resto reciclado sai de minhas entranhas, eu penso nas mais absurdas possibilidades que a vida pode cometer. Mas isso é papo para outro post, porque o que vou contar, ou melhor, o que vou cronicar é destinado não às filosofias, mas sim ao mundo real.
Quando se está com a casa cheia, especialmente em datas como essas, há algumas regras de etiqueta que temos de seguir a risca. Uma delas é a da cagada. A primeira coisa a se fazer é nunca avisar que vai dar uma cagada.
-Com licença pessoal, eu vou ali no banheiro dar uma cagada. Sei que a maionese tá boa, mas tenho que eliminar esse milho!
Em hipótese alguma diga isso. Não por ser falta de educação, mas pelo constrangimento que você pode ocasionar a você mesmo. Por dois motivos:
1° – as pessoas que estiverem presentes vão saber que você estará no banheiro. Logo, farão o maior silêncio possível para ver se conseguem ouvir alguma coisa. À deriva, esperando ouvir o som de um peidinho, ou o barulho da água fazendo ploft! quando o capitão “cai ao mar.”
e
2° – Caso você demore tempo demais, saberão que estará fazendo o número 2. Logo, quando sair de lá, a primeira coisa que vão fazer é dar aquela fungada à procura de algum odor que o denuncie. Àqueles que estão com o ventre preso, é a hora para liberá-lo. Qualquer cheiro pertencente a esta classe será sempre relacionada a você que está cagando.
Agora chamo-lhes a atenção para algo ainda mais importante que avisar que vai ao banheiro ou demorar demais, é a outra regra de etiqueta: o puxar da descarga. 2 no máximo. Se possível nem fazer barulho. Mais do que isso, é sinal que entupiu, entalou, prendeu. E é aqui que entra a minha parte.
Fui ao banheiro da casa da minha namorada dar aquela cagada. Comecei errando, avisei que ia ao banheiro. Logo que entrei vi a tampa do vaso abaixada. E essa é mais uma regra de etiqueta. Não significa respeito, mas é um sinal para o próximo que entrar no banheiro saber que ali está o trabalho incabado. Ou seja, entupiram e deixaram para o próximo sortudo ficar a obra sob responsabilidade.
Casos assim é pior do que saberem que estão cagando, ou ouvirem um peido com eco. Porque a próxima pessoa que entrar saberá que foi você quem o entupiu, porque você fez a cagada de avisar que ia ao banheiro. E não vai adiantar dizer que não era seu.
Pois bem! Eu poderia até tentar provar que não era meu, porque era de alguém que tinha comido milho. Mas enfim, dei uma, duas , três descargas e nada daquilo, ou “daquilos” sair dali. Sentei como estava o vaso mesmo, e deixei a minha marca. Garanto que foi acumulando toda aquela merda o dia todo. E foi aí que filosofei. Quanta merda eu fiz em 2010, e o pior é que foi merda sob merda. E o vaso, que era a minha vida, se entupia cada vez mais. Finalmente, depois de resolver trocar de vida, digo, de vaso, foi que toda a merda saiu. As minhas e as dos outros.
Como promessa de 2011, não vou acumular merdas na minha vida.
E deixo isso como um ensinamento. Sei que não é o dos melhores, e tenho a certeza que essas dicas não farão parte de treinamentos em empresas, mas quero aproveitar para desejar-lhes um feliz ano novo, e muito obrigado por passar pelas veredas internéticas do meu blog.